- dezembro 4, 2020
- postado por: admin
- Categoria: Pessoal
Aqui me vejo falando em versos, mas na real estou versando sobre o reverso de tudo um pouco, muito louco, o que se é muito não deixa de ser pouco. Atrás desse nevoeiro espesso, vejo a cegueira mental, bobeira geral, sem igual, nem fim nem começo, só tropeço; nós com canga imunda, barafunda assolando nosso mundo. Confuso não sei se vi real ou era a imagem espelhada, invertida, vida perdida onde o valor de face nem dá as caras.
Tenho dificuldades para ler nas entrelinhas, a sutileza escapa a minha alma bruta, talvez por isso anseia tanto por uma prosa clara, vazia de ambiguidades. Todo interlocutor deve expor a que veio, identificar-se, esclarecer a procedência do interlocutor, identificar suas circunstâncias históricas, intelectuais e até, ou principalmente, materiais. Portanto vejamos: – Sou um liberal, melhor dizendo, um libertário. Liberal é um cara de ar preocupado, vaticinando sobre tudo com sua fala mansa com um copo de whisky na mão. Libertário é um cara descabelado, suando e berrando ao defender ideias que todos parecem estar contra. Tantas contradições se refletem no fato de que este é primo daquele outro, o anarquista, que sempre foi irmão do comunista, seu oposto. Libertário, nove entre dez vezes, é um capitalista sem capital, mais vocação do que condição. Sou um capitalista com capital insuficiente, lutando para corrigir essa deficiência; um especulador imobiliário com enorme amor pelas cidades e pelo espaço público. Um desalmado com coração mole.
Sou também um conservador, pois acredito que milenios de historia, vivido por gente pensante produziu valores e formas sociais que merecem ser respeitadas e seria muita arrogância nossa, desfazer tudo com “ideias novas”.
Tendo me explicado, como que pedindo perdão antecipado, me sinto livre para prosseguir. Vamos falar sobre as cidades.
As cidades são sem dúvida das maiores obras da humanidade, são obras sem autores, emergem da ação dos homens, mas não de nenhum homem, apesar da arrogância destes, ou devo dizer, dos arquitetos, sempre se fazer presente. E veja que isso não é algo recente ou atual. Existe desde tempos Bíblicos, a história da Torre de Babel, uma das primeiras tentativas de construir uma cidade divina (Apesar de ateu, tenho profundo respeito pela sabedoria da bíblia). Naquele relato, os homens, com a soberba dos ignorantes, querem se igualar a Deus, construindo uma cidade que alcançasse aos céus, construindo arranha-céus, como hoje. Engraçado, não é? Babel virou sinônimo de balbuciar (em várias línguas), expressar-se sem fazer sentido. Qual melhor definição para urbanistas do que “querem ser deuses”? Essa praga bíblica parece que ainda ataca os modernos construtores de cidades. Eles nem imaginam como são antiquados. Uma lição já antiga para aqueles que se pensam revolucionários ao destruir o passado para construir o futuro.
Muito de nossa discussão a respeito das cidades gira em torno de sua criação ou como dissemos – “planejamento”. Quando nos deparamos com qualquer problema na cidade, logo dizemos – “Foi tudo feito sem planejamento”. “Tem que haver maior regulamentação”, “Não se pode deixar esses capitalistas selvagens, construtores desalmados, egoístas” conduzirem o processo. Quem são esses malvados? Normalmente são os incorporadores imobiliários ou construtores, tremendos FDP’s. Únicos a obter um índice de desaprovação maior do que estupradores e assassinos.
Fazer uma “cidade que alcance os céus” é objetivo latente de todo arquiteto urbanista que se preze. E, nesta nossa pequena conversa, não vamos esgotar tão vasto assunto.
Apenas gostaria de chamar a atenção para alguns aspectos desta discussão na qual a verdade, muitas vezes, se esconde atrás do seu avesso, e o vice-versa chega a ser versa-vice. Nesta conversa vou usar aquele truque do Judô – usar a força do oponente, e, antes que me ataquem, já vou dizendo que só vou falar clichês. Assim nem percam tempo criticando, chamando minha fala de clichê. Por outro lado, faço isso pois as posições dos modernistas são tão fracas que até com uma mão só posso derrubá-los no chão.
Às vezes a “diferença entre o remédio e o veneno é apenas a dosagem. Uma certa dose cura, outra maior – mata”
Poderia falar que “não existe free lunch”, mas até a esquerda já repete a frase como se tivesse já apreendido isso.
Há também a “Lei das consequências imprevistas” e se existe algo que as leis falham, praticamente toda vez, é em prever todos desdobramentos de suas aplicações, anos depois de serem mal escritas. Ainda mais em cidades, a mais complexa das construções. É mortal. É só observar os efeitos das normas de gabarito, aproveitamento, recuos, insolação e ventilação, regras que certamente acabaram com o urbanismo. E a proibição de construção nas áreas de mananciais? Produziram as maiores favelas de São Paulo, comprometeram nossa sustentabilidade hídrica e destruíram a possibilidade de São Paulo ser uma cidade cercada por lagos. E as restrições e exigências mínimas em loteamentos ou habitações populares? Acabou com qualquer possibilidade de oferta de habitação para baixa renda, gerando imensas favelas em todo Brasil.
“O caminho do inferno está pavimentado com boas intenções”
Vejam aquele ditado carola, mas bem aplicável nesses assuntos: “Pior cego é aquele que não quer ver”. É super clichê, mas também super presente.
Como vocês, que não são cegos, podem ver, qualquer um pode ser um urbanista desde que repita alguns bons e velhos clichês. Esta minha visão, usando aquele xingamento que arquiteto adora, é um “pastiche de clichês”.
Nesses clichês, vocês podem ver como nada é o que parece e que tudo está do avesso. A resposta é o reverso do que se está falando.
Esta é realmente uma discussão de cegos, surdos e mudos. Pessoalmente, gostaria de uma ótica menos programática e mais pragmática, com análise de custo benefício.
Enfim, nosso Brasil é um dos países mais urbanizados do mundo e nossas cidades estão doentes, talvez porque nossa sociedade esteja mal de saúde. Nós vamos ter que consertar uma para curar a outra, sem “jogar o bebê fora junto com a água suja”.
Gosto muito de uma frase de alguém que não era nem arquiteto nem urbanista – Winston Churchill – “Moldamos as cidades e estas depois, nos moldam”. Ele falou em inglês é claro, mas a tradução seria mais ou menos isso. Podíamos dizer que nossas cidades são fruto de nossa sociedade, e sua “malaise” é, ao mesmo tempo, o resultado e o sintoma da nossa sociedade.
Por enquanto, continuamos a ouvir quanto necessitamos urgentemente de um pouco “mais do que já não funcionou”, agora sim, agora vai resolver. Ouvimos todo dia que necessitamos de mais planejamento e mais regulamentação, quando o que há é excesso de mau planejamento baseado em conceitos mal elaborados, sem críticas aos resultados práticos, únicos juízes do acerto daquela proposta.
O desejo de “planejamento” deve ser atávico, vício de pensamento, cultural. Gosto de uma provocação que me parece bastante elucidativa. Sempre pergunto: Você é criacionista ou evolucionista? Eu, da minha parte, sou evolucionista. Acredito que a vida surgiu na Terra, mas por um processo de seleção natural …. e evoluiu até chegar aos dias de hoje. Até gosto da história da criação como contada no Gênesis, como parábola, ou… não como fiel descrição apesar de todo respeito que tenho pela sabedoria das religiões. Imagino as cidades crescendo como um organismo vivo, sem um “inteligent design”, fruto da ação de milhões de indivíduos e não uma colmeia controlada por uma zelosa e mal-humorada abelha rainha. Pensem nisso: muitos aceitam o evolucionismo como gerador da infinita diversidade da natureza, das fantásticas formas de vida, e mesmos dos fantasticamente complexos corpos humanos, tudo criado a partir dos princípios do evolucionismo darwiniano. Mas… as cidades não! Estas precisam de um deus criador, um “inteligente design”. E o supra sumo do ridículo é, ainda mais, aceitarmos como deus não um ser onipresente, perfeito, de amor e sabedoria infinitos, não, aceitamos um burocrata, frustrado e ressentido para nos dizer o que podemos ou não fazer em nossas cidades. É mais do que algo atávico e cultural, é psicótico.
Sou totalmente contra a visão ideológica, imobilizada em conceitos ultrapassados, que cria focos distorcidos – como toda discussão sobre a divisão entre o espaço público e espaço privado, se é espaço de propriedade do governo ou privada. Essa distinção é pertinente para esclarecer que os que tem a “mão na coisa pública” deveriam saber que aquilo não é seu, “privado do seu bolso”. Mas essa dicotomia posta na discussão dos “espaços” é completamente idiota. Essas preocupações se tornaram fetiche ideológico, cego à essência do problema. Ou aquela outra expressão repetida até a náusea – “está ocorrendo a mercantilização do espaço e das funções da cidade”. Essa pressupõe que o governo, ente supremo da benevolência desinteressada, deva construir as cidades e assim o faria com sabedoria e perfeição. Pode haver algo mais imbecil? Também gostaria de reduzir o absolutismo dos valores – O “Verde” é o único Deus e todos têm que adorá-lo, e ainda mais com uma fé inquestionável, afinal a razão deixou de ser necessária nesses tempos pós-modernos. Existem inúmeros conflitos entre o “verde” e o “urbano”.
Gestão e lucro. Outro conceito invertido – O individual contra o social. Mais um mito incongruente que não suporta 15 minutos de análise factual. Na verdade, essas questões só refletem a ojeriza dos ressentidos contra tudo o que é privado, individual, concreto, de carne e osso.
Somos Indivíduos e não precisamos abrir mão de nossa identidade individualidade para viver em sociedade. Ser individualista não quer dizer que vamos sair nos matando uns aos outros por um “lucrinho a mais”. Psicopatas fazem isso, não porque sejam individualistas, mas porque são psicopatas!! Indivíduos têm consciência, pensam por si mesmos e buscam o sentido em suas vidas através dos valores de nossa civilização. E como indivíduos, há milhares de anos, buscando o interesse próprio, optamos pela divisão do trabalho, pela interação em relações voluntárias e pelo desejo de buscar um mundo melhor, e, para tanto, escolhemos viver em sociedades, viver em cidades, sem precisar de abdicar de nossa integridade individual.
O que acontece com as cidades hoje? Como entender “o que está aí”, como dizia aquele querido molusco. É a herança maldita de anos de “planejamento”. A falta de planejamento e regulamentação é pura lenda urbana. O que houve, sim, foi planejamento errado, excessivo, contraditório. “Precisamos de mais regulamentação”. Será? O aprendiz de feiticeiro não quer apenas superar o mestre, mas, impávido sobre os erros do passado, segue querendo ser Deus, construindo nos céus novos “mundos perfeitos”. Apreender com a história é coisa para “pobres mortais”.
Afinal, podemos ter cidades sem planejamento? Mais uma vez é a questão da graduação. Tudo requer algum planejamento. Até atravessar a rua envolve planejamento. Mas não é por isso que vamos regrar as atravessadas de rua dos próximos 10 anos. Os eventos, as intervenções, as ações têm que ser planejadas. Se vou abrir uma rua, tenho que planejar com vou construir a tal rua, se vou fazer um prédio, de cinco andares que seja, tenho que projetar, planejar as fundações, a estrutura, os acabamentos. Tudo envolve um planejamento. O que não é possível, nem desejável é planejar com dez ou vinte anos de antecedência todas as ruas ou prédios que ainda vou pensar em construir.
Muito desse planejamento, é frutos de conceitos e ideias lá do século passado. Ideias do Taylorismo e Fordismo e da eficiência industrial aplicadas a ordem urbana. Casas deveriam ser “máquinas de morar” e um novo homem iria morar nessas “maquininhas”. Só não perguntaram se ele, o tal homem, queria. Presunção fascista e absurda, e o pior é que ainda idolatramos quem falou essas baboseiras. Graças a Deus, Le Corbusier não conseguiu destruir Paris, como era sua proposta do “Plan Voisin”, nem o Rio de janeiro nem inúmeras outras cidades. Mas se “Deus Corbu” não conseguiu criar sua brilhante Ville Radieuse, sem antes destruir o que séculos haviam construído, claro, não se preocupem, seus profetas Oscar e Lúcio, conseguiram emplacar Brasília e fazer de todos mo Brasil de ratos de laboratório ao implantar onde possível as ideais de matar o passado, arrancar raízes, extirpar…… A frase que eu amo odiar é aquela que Corbusier disse e Lúcio Costa repetiu e abraçou – “…quero destruir a rua, pois ela é feia e suja”. Mas não foi só Brasília, mas todo brasil que essa praga contaminou. Todos esses conceitos de cidade jardim, sem rua e sem gente, da baixa densidade, bucólica, de fantasias de um passado imaginário de uma vida do campo que nunca existiu, reações mais distorcidas ao Iluminismo, permeiam as cidades do nosso Brasil. Também são reações aos problemas, temporários, diga-se de passagem, das cidades da revolução industrial, lá do começo do século 19. Quase dois séculos se passaram, e até hoje essas ideias ainda permeiam nossa cultura urbana, pelo menos até ontem.
O que aconteceu foi mais ou menos o seguinte: os arquitetos, se achando profetas messiânicos, caminhando na direção da terra prometida, iriam mudar o mundo e, deslumbrados com as “novidades” da modernidade de 1900, eles acharam que já sabiam como. Seria um mundo lindo, higiênico, sem ruas sujas. Cidades seriam desenhadas com grandes jardins, digo, grande gramados estéreis, e uns poucos prédios “muito altos” – “Torres de Babel” –, finalmente tocando os céus. Nós andaríamos em maravilhosos carros a altas velocidades, em avenidas “sem cruzamentos”, atravessando um mar de nada mas cheio do maior tédio existencial desses visionários. Mas não só com carros eles sonhavam; sonhavam também com aviões, com os quais voaremos de prédio em prédio. Pena que a indústria da aviação não foi tão eficiente quanto a maldita indústria automobilística, o que acabou frustrando a chegada ao mundo de Flash Gordon. Nas cidades das utopias, tudo seria perfeito. Os homens seriam todos iguais, morando em idênticos apartamentos fabricados em concreto pré-moldado, produtos das linhas de montagem das fantásticas indústrias do início do século. Ford, como o profeta Moisés, abriria as águas no caminho do futuro, que já estava “ali na esquina”, no começo do século XX. Na pressa de chegar ao futuro, os modernistas “jump to conclusions”, e na soberba de desprezar a história, projetaram um futuro com conceitos ultrapassados, destinado a uma caducidade precoce, ultrapassados e arruinados muito antes de serem antigos. “Apressadinho come cru”, outro clichê que não mente.
A visão de baixa densidade, do automóvel, sem rua, “top down” sem nem pedir desculpas, permeou nosso urbanismo e nossas leis de zoneamento, e somado à explosão populacional e o crescimento explosivo das cidades no século 20, resultou no caos atual. O Brasil em 1950 tinha 50 milhões de habitantes majoritariamente vivendo no campo e hoje temos mais de 200 milhões, quase 90% dos quais nas cidades, ou seja, nossa população de citadinos passou de uns 5 milhões para uns 160 milhões, umas 30 vezes em 60/70 anos. São Paulo em 1900 tinha 240 mil habitantes; em 1950, 2,5 milhões e hoje quase chegamos a vinte milhões. E além desse incremento exponencial houve também a mudança de rural para urbano, potencializando ainda mais os efeitos. Em 1900 tínhamos menos de 10% da população vivendo em cidades e hoje chegamos a quase 90%. O desafio estava acima de nossas capacidades. Os incorporadores, na sua ganância simplória, executaram o que os arquitetos desenhavam dentro das leis que outros arquitetos e burocratas escreviam. Tudo baseado em um modernismo pueril, pretensioso e fascista na sua falta de humanidade e liberdade, deslumbrado em meio a uma economia que nunca chegou a ser totalmente capitalista que eles nunca entenderam. Toda essa conversa velha de quase 200 anos parece totalmente fora do tempo e do espaço. Démodé, não é? Um assunto superado, já me disseram muitos arquitetos. Não, não é.
Recorro novamente a sabedoria da religião – “perdão só para o arrependido”. Como vamos poder consertar o errado sem saber “o quê” estava errado? Sem diagnóstico não tem prognóstico. É questão de integridade intelectual e raciocínio lógico. Tem que haver arrependimento e tem que ser sincero senão não há perdão. Eu não vejo nenhuma autocrítica….
Gosto de ler pessoas de quem discordo. Parece coisa de masoquista mas aprendo tanto lendo eles como lendo outros mais alinhados comigo mesmo.
Extraí algumas frases, só para mostrar como, hoje, viseiras são “a última moda” em óculos.
“Não podemos nos iludir: as metrópoles não são caóticas por nada. Essa é a lógica do capital: causar o desequilíbrio do tecido urbano, esse caráter físico espacial para perpetuar a opressão sobre os outros. O caos é muito bem planejado. ” “… as metrópoles foram construídas de forma estúpida, dentro de um modelo mercantilista e rodoviário sempre em torno do exército industrial de reserva, promovendo o desencontro e o medo”. Alexandre Delijaicov, professor dando aulas há 15 anos na FAU/USP
Será que ninguém explicou a esse apóstolo do obscurantismo que o mercado do conhecimento exige mão de obra treinada e altamente qualificada? Empresários ganhando dinheiro com o caos? Esse discurso está mais para medieval do que modernista.
“Devido à desregulamentação das políticas públicas e o assédio das multinacionais, o capital já transformou serviços públicos, como saneamento, transporte, coleta de resíduos, iluminação, tudo mesmo, em mercadoria. Política urbana é desenhada pelo clientelismo e pelos capitais que tomam conta da cidade” Ermínia Maricato livre docente em arquitetura e urbanismo da FAU /USP.
Realmente? Nós que vivemos a privatização da telefonia, das rodovias e dos aeroportos concordamos com isso (????).
“É preciso redesenhar as cidades… precisamos ouvir a população e a universidade para assim representar o anseio popular …” Ciro Pirondi, arquiteto ex-presidente do IAB.
Errar é humano, mas repetir o erro é burrice. Esse aí não se conforma com os erros já realizados. Exige direito adquirido de continuar errando.
Outra frase de uma das nossas lumiares do urbanismo:
“O direito à moradia é absoluto. O direito à propriedade é relativo”. “Nossas cidades são um grande negócio na mão de poucos. Ou seja, lobbys muito bem organizados funcionam para levar a cidade para um caminho que não beneficia a maior parte da população. ” Ermínia Maricato, é mais uma dessas que pretendem ser um farol iluminando tudo, mas é só mais um poste atrapalhando a vista.
Eu imagino que um pouco de pragmatismo de mercado poderia ajudar nossas cidades. Engraçado como os arquitetos no seu discurso insistem em dizer que o pensamento deles tem que lutar contra a visão hegemônica do liberalismo. Será? Qual o pensamento realmente dominante?
O que vejo é um bando de pretensiosos, arvorados em enunciados furados, empolados, carregados de ressentimento, distorcendo a verdade para continuar com sua cantilena de sereia, querendo enfeitiçar a todos, para levá-los mais fundo no buraco que eles mesmo cavaram, que negam que cavaram enquanto continuam cavando.
É mais honesto meu pastiche de clichês, minha ignorância sem pretensão ou falsa erudição, acendendo uma vela para encontrar uma saída do que a certeza rebuscada dos cegos tapando o sol para não ver o caminho errado, como se escuridão fosse ajudar na busca. O verso do reverso, em prosa senão em verso.
O discurso da luta de classes, contra a propriedade privada, da mais valia estava errado em tudo…Difícil imaginar que vai estar certo no urbanismo…. Vamos sair dessa
Vamos pensar cidades que não briguem com liberdade, individualismo, propriedade privado, livre iniciativa, de mercado, de relações voluntárias.